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7 livros para usar na redação do ENEM

 

Chamado de Repertório Sociocultural, a referência a filmes, livros e séries é um dos elementos mais importantes em uma redação, seja para embasar um argumento ou para iniciar uma tese a ser defendida ao longo do texto. Sendo assim, para fugir dos clássicos que parecem muitas vezes desinteressantes, como todos aqueles livros com centenas de páginas sobre teorias, aqui vai uma lista com livros conhecidos e que formam uma excelente base para a escrita e para a vida.


1 - Capitães da Areia - Jorge Amado

O livro de Jorge Amado é, sem dúvidas, uma das melhores recomendações a serem feitas, já que se trata de uma obra realista sobre a vida de crianças abandonadas no areal do cais de Salvador. A narrativa conta como elas sobrevivem sem apoio dos pais, em uma sociedade que se mostra extremamente excludente e ameaçadora. O romance retrata temas como a desigualdade social, a pobreza, a fome, o roubo, o luto, a homofobia e, principalmente, a negligência estatal para com pessoas pobres.


Indicação: 16 anos.


2 - Jogos Vorazes - Suzanne Collins

Jogos Vorazes tem uma narrativa incessante, capaz de tirar o fôlego, ao retratar um futuro pós-apocalíptico em que a sociedade é comandada com mãos de ferro pelo Presidente Snow, grande antagonista da série. Na sociedade dividida entre Distritos e Capital, temas como a desigualdade, a exploração laboral, a pobreza e a revolta popular são levantados, uma vez que representam uma mudança exigida pela população que sofre com constantes e humilhantes jogos de massacre. A protagonista Katniss Everdeen é símbolo da luta popular dos 12 Distritos, que buscam acabar com os Jogos Vorazes, evento anual no qual crianças e adolescentes são obrigados a lutar até a morte.


Indicação: 14 - 16 anos.


3 - Por Lugares Incríveis - Jennifer Niven

Um dos melhores livros juvenis já escritos, Por Lugares Incríveis trata de temas sensíveis à sociedade, como depressão, bipolaridade, bullying, luto e, principalmente, suicídio. O romance é dividido entre as visões dos dois protagonistas - Violet Markey e Theodore Finch -, ambos adolescentes que têm muito em comum e que vão percebendo isso durante o enredo. O clímax do livro gira em torno da morte de Eleanor, irmã de Violet, num trágico acidente de carro, que causa depressão e pensamentos suicidas na protagonista. Em um momento delicado de sua vida, pronta para pular de uma torre, Violet conhece Finch e descobre nele o amor, a confiança e todos os Lugares Incríveis de Indiana. Porém, Finch sofre de bipolaridade e, infelizmente, tem uma crise na qual se suicida. O luto e os desdobramentos de sua morte são projetados em Violet, que busca lidar da melhor maneira com a morte das duas pessoas mais importantes de sua vida.


Indicação: 16 anos.


4 - Fahrenheit 451 - Ray Bradbury

Em um futuro distópico, Guy Montag é um bombeiro que tem como função queimar livros, isso porque vive em uma sociedade que repulsa e combate o pensamento crítico e autônomo. Controlado por um governo autoritário, o futuro de Montag apresenta controle estatal sobre tudo, além de reprimir fortemente quem ouse pensar por si mesmo ou possuir livros em casa - o inimigo número 1 do governo e de Montag. Porém, o protagonista conhece Clarisse, uma moça que o faz contestar o seu trabalho e tudo à sua volta. Guy percebe que precisa agir quando Clarisse desaparece, e o suspeito principal de ter realizado o sequestro é o governo vigente. O romance trata de temas como controle estatal sobre mídias, consumo e ideologias, além da importância da cultura e dos livros.


Indicação: 14 anos.


5 - As Vantagens de Ser Invisível - Stephen Chbosky

O livro de Stephen Chbosky trata de temas como o bullying, o amor, a amizade, a homofobia, o luto e o abuso sexual. Charlie, protagonista da série, é tímido e tem consigo a constante sensação de não pertencimento, acha-se esquisito e não tem muitos amigos, além de sofrer com crises após o suicídio de seu melhor amigo. Porém, ele conhece Sam e Patrick, que mudam completamente sua vida, fazem-no descobrir o amor e a amizade, bem como o ajudam a solucionar seus problemas pessoais. O clímax da narrativa ocorre no fim do livro, quando Charlie percebe que sua falecida tia, figura constante durante toda a história, carrega algo muito mais profundo e desconcertante consigo: ela projetava todos os abusos e violências que sofreu em Charlie, que ainda era criança.


Indicação: 16 anos.


6 - Torto Arado - Itamar Vieira Junior

O romance de Itamar Vieira Junior retrata a vida na Fazenda Água Negra, lugar fictício e que simboliza o passado colonial e escravocrata brasileiro, uma vez que as famílias que vivem nessa fazenda são descendentes de escravizados, e os feitores, descendentes de escravocratas. A obra ganhou o Prêmio Jabuti em 2020 e é apresentada sob a visão das irmãs Bibiana e Belonisia. O enredo trata da luta de terras no Brasil, principalmente aquelas de origem quilombola, e expõe, em muitos trechos, a violência instalada nesse meio.


“Torto Arado, mais que o título desta obra, representa um instrumento agrícola arcaico e obsoleto, que simboliza as permanências do passado colonial e as marcas indeléveis e deletérias da escravidão, fundantes da formação da sociedade e do Estado Brasileiro, de suas mazelas e desigualdades”.


Indicação: 16 anos.


7 - Quarto de Despejo - Carolina Maria de Jesus

Carolina Maria de Jesus é uma mulher negra, que mora na periferia de São Paulo na década de 50, e conta em seus diários a vida de uma pessoa favelada. Diariamente, novos desafios são impostos, mas a obra documental não perdeu, em décadas, a sua atualidade ao retratar a fome, a miséria e a negligência estatal diante da favela e de pessoas negras. Autora de frases célebres, como “A fome é professora” e “O Brasil precisa ser dirigido por uma pessoa que já passou fome”, Carolina é símbolo da luta por melhorias nas favelas de todo o país, além de ser digna de admiração por representar resistência. O livro trata, principalmente, de temas como a fome, a inflação e o elevado custo de vida, os abusos sofridos pelo Estado e sua inércia.


Indicação: 16 anos.


Com supervisão de Yeda Vasconcelos, jornalista do Meon Jovem. 

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