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Geração nem-nem: entenda o comportamento desses jovens

Entenda o que leva tantos jovens a não buscar especialização para se inserir no mercado de trabalho


De acordo com o estudo divulgado no ano passado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IGBE), feito pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), 23% dos jovens, no Brasil, não está estudando e nem está inserido no mercado de trabalho. Este grupo é chamado, popularmente, de geração nem-nem.

Este termo foi adotado e difundido por diversos países onde o fenômeno dos jovens sem emprego e sem estudos foi visível e marcante nas pesquisas realizadas. Em espanhol, a expressão foi adaptada para generación ni-ni (ni trabajan, ni estudian) e, em inglês, para neet: not in education, employment or training.

Quem faz parte da geração nem-nem?

Aqui no Brasil, conforme a pesquisa, este grupo compreende pessoas de 15 a 29 anos. E, embora o termo geração nem-nem possa parecer carregar uma conotação negativa, estes jovens não estão em ociosidade. O estudo revela que 31% deles estão constantemente em busca de trabalhos, enviando currículos e até mesmo envolvendo-se em atividades temporárias.

64% destes jovens desempenham papel ativo nas atividades domésticas, bem como cuidado de algum familiar ou de um filho pequeno – o que compreende, na maioria dos casos, mulheres.

Somente 3% desta amostra não se enquadra nas características citadas acima, ou seja, são desprovidos de obrigações familiares e não estão buscando emprego, o que faz quebrar o estereótipo de que este é um grupo ocioso e desocupado.

Já um outro estudo, realizado pelo Mindminers, traçou um perfil para 1000 jovens millennials, de 18 a 32 anos, distribuídos, aproximadamente, nas mesmas estatísticas socioeconômicas que a pesquisa do IBGE. Nesta pesquisa, notou-se que 50% dos entrevistados está cursando ou já concluiu a graduação no ensino superior.

O que explica este fenômeno?

Uma das razões para estas estatísticas, segundo os pesquisadores, está na educação básica oferecida no Brasil. Muitos dos jovens que fazem parte da geração nem-nem, no Brasil, sequer têm acesso à educação. Os que têm, encontram condições desfavoráveis nas escolas públicas, com uma educação básica de baixa qualidade.

Portanto, esta questão trata-se muito mais da condição socioeconômica na qual se encontram os jovens descritos como parte da geração nem-nem, do que de uma questão de não querer. Com uma educação precária, estes grupos têm seu acesso limitado ao mercado de trabalho.

Assim, uma coisa acaba levando à outra. Sem base educacional, também fica difícil ter acesso à universidade pública e, sem trabalho, a possibilidade de pagar por uma instituição privada é quase nula.

Já a pesquisa do Mindminers aponta um prospecto mais otimista: 51% dos jovens entrevistados consideram-se ambiciosos e esperançosos quanto ao futuro no que diz respeito a emprego.

O que pode ser feito?

A pesquisa aponta a responsabilidade dos setores de políticas públicas para uma resolução mais eficaz desta questão. A geração nem-nem é composta por uma quantidade relevante de mulheres e, muitas, apesar da pouca idade, já são mães. O aumento das vagas em creches públicas abriria possibilidades para muitas dessas mulheres, já que teriam onde deixar seus filhos enquanto trabalham.

Outra questão é a mobilidade urbana e o transporte público. Muitos dos jovens que vivem nas grandes capitais e fazem parte da geração nem-nem moram em bairros periféricos, onde a oferta e a demanda de linhas de ônibus, trens e metrô são limitadas, dificultando, também, o acesso aos grandes centros comerciais.

Portanto, uma das possíveis soluções a curto prazo seria a melhoria dos serviços de transporte público. Além do incentivo ao comércio local, como forma de maximizar as ofertas de trabalho nos extremos da cidade, o que beneficiaria quem reside em locais afastados do centro.


Incentivo

A pesquisa mostrou que a presença destes jovens na escola, em cursos técnicos e profissionalizantes, e na universidade, dependida muito da escolaridade dos pais. Ou seja: quanto maior o nível de instrução dos pais, maior a frequência e o interesse dos filhos em buscar, também, instrução.

Vê-se que esta também é uma questão de instruir e incentivar estes jovens a continuar seus estudos. O mercado de trabalho está cada vez mais exigente quanto a capacitação e especialização e, felizmente, a oferta de cursos livres e técnicos, só tem aumentado nos últimos anos.

Desta forma, outro fator que pode promover uma mudança significativa neste quadro é uma melhor orientação destes jovens no período do ensino médio, para que procurem dar continuidade aos estudos, ainda que não tenham condições de garantir uma vaga em uma universidade.

É necessário, também, instruí-los a respeito das condições do mercado de trabalho, as vagas mais frequentes, e apresentar a possibilidade de tornar-se um jovem aprendiz. Este tipo de programa, do qual os estudantes participam ainda no ensino médio, conciliando trabalho com estudos, abre portas ao final do período escolar.

Dificuldades e preconceito

Muitos dos jovens que foram entrevistados na pesquisa e que fazem parte da geração nem-nem, sobretudo mulheres que tornaram-se mães muito novas, relataram dificuldades em voltar aos estudos ou inserir-se no mercado de trabalho, tanto pela dificuldade de conciliar os estudos com a maternidade, quanto pelo preconceito e os entraves impostos por possíveis empregadores pelo fato de serem mães.

Isso gera uma evidente desmotivação nesses grupos, que passam a sentir-se como não pertencentes a uma sociedade, já que não encontram condições de participar ativamente.

O outro lado da geração nem-nem

A pesquisa realizada pelo Mindminers constitui uma amostra consideravelmente menor de entrevistados (1000 jovens, enquanto a do PNAD/IBGE compreende 11 milhões). No entanto, neste espectro estão compreendidos jovens pertencentes às classes A, B e C, sendo, a maioria, da classe C.

A maioria dos entrevistados possui ensino superior incompleto e ainda mora na casa dos pais – responderam que pretendem permanecer lá até, pelo menos, os 30 anos.

Nesta amostra, a maioria dos entrevistados também mostra-se preocupada com o futuro do país, o meio ambiente e as questões sociais e de direitos humanos. E, sendo um grupo cuja maioria considera-se ambiciosa, a maior parte demonstra interesse em atuar na área de tecnologia, em grandes empresas ou empreendendo no próprio negócio.

A geração nem-nem é um grupo de pessoas muito diferentes entre si, com desejos, intenções e necessidades distintas. Como vimos, a maior parte encontra-se fora de uma instituição de ensino e do mercado de trabalho, não por escolha, mas por falta de oportunidades e acesso. No entanto, uma parcela menor aparenta ter a condição de optar por uma melhor oportunidade no mercado de trabalho.

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