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Mudanças no Enem 2019: o que esperar pela frente?

Mudanças no Enem 2019

Entenda as possíveis mudanças que ocorrerão no Enem 2019 e prepare-se para a prova mais aguardada do ano.


Com o início de um novo governo e alterações na base curricular, o Exame Nacional do Ensino Médio não será mais o mesmo.

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que é porta de entrada para as universidades públicas e programas federais, teve sua última reestruturação em 2009. Desde então, as mudanças nas provas não foram significativas e o mesmo molde costuma ser seguido desde a criação desta segunda versão do Enem, com alterações apenas nos dias determinados para a prova e tempo de duração.

Entretanto, estão previstas algumas mudanças que podem mudar consideravelmente o mais importante exame vestibular do Brasil. Descubra o que vem pela frente e conheça as mudanças previstas para o Enem 2019.

Como surgiu as mudanças do Enem 2019 e dos próximos anos?

Após assumir o governo federal, Michel Temer sancionou algumas mudanças para a educação brasileira, como a reforma da grade curricular do ensino médio. As novas diretrizes para a educação já foram homologadas pelo Ministério da Educação (MEC) no fim de 2018 e trará mudanças consideráveis para o Enem mesmo que o documento oficial não aborde especificamente o Exame Nacional do Ensino Médio.

Para entender como a Nova Base Curricular Comum (BNCC) para o ensino médio irá influenciar nas próximas edições do Enem, é necessário compreender quais são as mudanças previstas para a educação e como funcionarão as escolas públicas e particulares após esta reformulação da grade curricular.

Assim como no Enem, a Nova Base Curricular Comum organiza a grade de ensino em quatro áreas de conhecimento: Linguagem e suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.

Dentro destas áreas, existem apenas três disciplinas obrigatórias, que são Língua Portuguesa, Língua Inglesa e Matemática. O complemento dos currículos fica a cargo das secretarias de educação de cada estado e das escolas. Além disso, a flexibilização na grade também tem o intuito de proporcionar liberdade de escolha aos alunos. Desta forma, cada aluno poderá escolher quais disciplinas deseja cursar, de acordo com a área de conhecimento que pretende seguir profissionalmente.

As mudanças previstas para o Enem são consequências das novas diretrizes nacionais curriculares do ensino médio. Desta forma, o vestibular passará a ter um dia de prova para avaliar os conhecimentos específicos, onde o aluno poderá optar por qual área de conhecimento será avaliado.

O exame continuará a ser dividido em dois dias. No primeiro dia, os estudantes responderão perguntas gerais relacionada à Base Nacional Curricular, ou seja, às matérias obrigatórias em todas as escolas. Já no segundo, a prova será de acordo com a escolha do aluno.

Entretanto, a Nova Base Curricular Comum ainda não foi implementada nas escolas e as mudanças previstas para o Enem deverão ocorrer apenas em 2021.

O Enem vai ficar mais difícil?

Dentre as possíveis mudanças no Enem, um dos pontos da reforma é tornar a prova menos “massacrante”. Palavra que chegou a ser utilizada para definir a edição da prova de 2018 por Maria Inês Fini, ex-presidenta do Inep, o instituto do Ministério da Educação (MEC) responsável por gerir o Enem, devido ao volume de questões (180 perguntas e uma redação) e carga de leitura exigida para realizar a prova.

Além de dividir a prova em duas fases, uma geral para todos os alunos e outra específica de acordo com a área de conhecimento escolhida pelo candidato, também será diminuído o número de questões na prova, com o intuito de aliviar a pressão sobre o aluno.

Vale frisar que o Enem não poderá ter seu grau de dificuldade diminuído, mas não significa que o exame ficará mais difícil. Entretanto, provável que seja exigido mais linhas de raciocínio nas questões gerais, já que uma das mudanças prevê acabar com a necessidade de decorar informações, mas testar a capacidade do aluno de combinar vários conhecimentos para chegar a uma resposta.

Quanto a segunda fase do teste, ainda não é possível dizer qual será o nível de conhecimento exigido para responder às questões específicas, mas a ideia é que o aluno venha preparado do ensino médio de acordo com as matérias que escolheu cursar.

A maior dificuldade poderá ser decidir qual área de conhecimento seguir e definir os possíveis cursos de graduação logo no ensino médio, para que o aluno esteja devidamente preparado para as questões de conhecimento específico.

Como estar preparado para as mudanças do Enem?

Assim como nas edições anteriores, para estar preparado para o Enem 2019 ou em qualquer edição posterior às mudanças planejadas, o mandatório é dominar interpretação de texto. Estudar exercícios que envolvam lógica e desenvolvam a capacidade de associar temas distintos também irão te ajudar a alcançar uma boa nota.

Além disso, quanto antes você começar a se preparar para o Enem, mas capacitado você estará para realizar a prova. Organize um plano de estudo e defina o tempo, horário e dias da semana para focar em determinados assuntos e disciplinas.

Ler bastante durante esse processo irá te ajudar a melhorar a interpretação de texto e estudar resoluções de questões de provas anteriores te ajudarão a desenvolver raciocínio para atrelar as várias áreas do conhecimento para solucionar exercícios.

O Bolsonaro vai mesmo mudar o Enem?

O novo presidente do Inep já declarou mudanças significativas nas questões que compõem a prova do Enem. Foto: Divulgação).

O novo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, prometeu mudanças para o Enem 2019 após discordar de uma questão abordada no exame de 2018, que tinha como base a diversidade dos dialetos, incluindo no enunciado da questão o linguajar usado no universo LGBTQ+. A declaração ocorreu durante uma transmissão ao vivo pela internet, onde Bolsonaro criticou o Ministério da Educação e demonstrou indignação quanto a questão mencionada.

Como sabemos, o presidente eleito é contra o ensino de temas relacionados a gênero e sexualidade, além de se posicionar contra disseminação do suposto “marxismo” nas escolas. Mas, o que podemos esperar para a primeira edição do exame com Bolsonaro na presidência?

Para controlar as questões do Enem, Bolsonaro afirmou que quer tomar conhecimento da prova antes de ser aplicada e intervir no conteúdo. Atualmente, nem o presidente da república, ministro da educação ou presidente do Inep tem acesso a prova antes da publicação. Mudar esta política de segurança pode interferir no principal pilar da credibilidade do Enem, que é o sigilo e o forte esquema de segurança que garantem a confidencialidade das provas.

Devido à essas polêmicas, a nomeação do novo presidente do Inep, órgão responsável por gerir o Enem e avaliar o ensino no país, era uma das escolhas mais esperadas da nova gestão. Quem assumiu o cargo foi o engenheiro ex-consultor organizacional Marcus Vinícius Carvalho Rodrigues.

Em nota oficial, Marcus Carvalho Rodrigues afirmou que pretende “melhorar a qualidade, aumentar a confiança e diminuir os custos para que o Inep consolide sua excelência em avaliação, estatísticas e estudos educacionais”.

De acordo com o Inep, Rodrigues já está trabalhando na montagem da equipe que irá compor o Inep e provavelmente também irá alterar os funcionários que trabalham no Enem, para traçar novas diretrizes para o exame.

Mesmo que Bolsonaro não possa interferir diretamente na formulação das questões e quebrar o sigilo do Enem, com a nomeação de Rodrigues como presidente do Inep, será possível mudar a estrutura do exame, a dinâmica da elaboração e aplicação da prova e os campos de conhecimento que serão considerados.

Inclusive, Rodrigues já informou que pretende fazer uma revisão nas questões do Enem. Além de afirmar que não descarta a possibilidade de ver o exame antes de ser aplicado, já que o presidente do Inep tem autoridade para isso. E ainda pretende discutir a possibilidade de Bolsonaro ter acesso prévio às provas.

Essas mudanças por parte do governo federal e da nova equipe do Inep podem resultar em conteúdos com menos compreensão intelectual, teórica, ética e cultural, que descarta os  saberes sobre nossa realidade social, política e econômica. Além do risco de que, ao dar preferência para temas técnicos, diminua a valorização da interpretação de texto e da área de estudo de humanidades. Para alguns críticos, isso pode significar um retrocesso intelectual.

Em suma, as mudanças do Enem 2019 ainda são incertas, mas se seguir as promessas do novo presidente, a principal alteração será na formulação das questões, já que para ele, o Enem deve “privilegiar questões voltadas ao que realmente interessa”.

Afinal, como será o Enem 2019?

Em suma, para a edição da prova de 2019, é provável que o Enem se mantenha nos mesmos moldes dos anos anteriores, podendo sofrer ajustes simples, como a alteração do tempo estipulado para concluir a prova.

As mudanças relacionadas ao novo ensino médio acontecerão após a implantação da reforma da grade curricular nas escolas públicas e privadas do Brasil, e estão previstas apenas para 2021.

Espera-se que o Enem aconteça no início de novembro, conforme as edições anteriores. Entretanto, as datas do exame e de inscrição ainda não foram divulgadas. Normalmente, elas ocorrem no mês de maio. Fique atento! Este procedimento é feito unicamente pelo site do Inep.

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