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Veja o que mudou nas propostas das campanhas dos presidenciáveis sobre a economia

Veja o que mudou nas propostas das campanhas dos presidenciáveis sobre a economia

Os dois candidatos à Presidência no segundo turno, Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), abandonaram, alteraram ou desmentiram algumas das ideias apresentadas por eles ou seus representantes desde o início da campanha; veja quais são.

Os dois candidatos à Presidência da República no segundo turno das eleições, Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), abandonaram, alteraram ou desmentiram algumas das ideias de propostas de governo para a economia apresentadas por eles ou por seus representantes desde o início da campanha.

Algumas das visões sobre a economia foram desmentidas, enquanto outras propostas foram descartadas ou alteradas com a reformulação das estratégias de campanha no segundo turno.

Confira abaixo, na ordem em que os candidatos aparecem na última pesquisa eleitoral:

JAIR BOLSONARO (PSL)

Foto reprodução


13º salário

O que foi dito: Em setembro, o candidato a vice na chapa de Bolsonaro, general Hamilton Mourão, críticou o 13º salário e o abono de férias durante uma palestra na Câmara de Dirigentes Lojistas de Uruguaiana (RS). Na ocasião, Mourão disse que os dois direitos trabalhistas – que ele classificou de “jabuticabas brasileiras” – são “uma mochila nas costas de todo empresário”, referindo-se a um peso para a iniciativa privada.

O que mudou: No mesmo dia da declaração, Bolsonaro disse em sua página no Twitter que só critica o 13º salário quem desconhece a Constituição. Ele ainda classificou a crítica ao 13º como uma "ofensa" a quem trabalha. O presidente nacional do PSL, Gustavo Bebbiano, afirmou que, se eleito, o presidenciável do partido vai implementar um 13º salário para os beneficiários do programa Bolsa Família. Segundo o dirigente, a proposta estava prevista no plano de governo de Bolsonaro, mas foi foi confirmada definitivamente depois.

Privatizações

O que foi dito: O assessor econômico do Partido Social Liberal (PSL), Paulo Guedes, afirmou ser favorável à privatização de “todas” as empresas estatais. A declaração foi dada durante entrevista à GloboNews. Segundo o economista, a venda de estatais seria uma forma de reduzir o endividamento público. “Vocês todos elogiam quando a Petrobras vende um ativo para reduzir a dívida, todo mundo bate palma para o Pedro Parente. A União tem que vender ativo. A Petrobras vende refinaria. E o governo pode vender a Petrobras, por que não?”.

O que mudou: O candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, defendeu em entrevista à TV Band a privatização de empresas estatais que deem prejuízo. "Ou até mesmo extinguir”. Mas disse que o setor de geração de energia elétrica será exceção, assim como o “miolo” da Petrobras. As ações da Eletrobras, companhia do ramo que já privatizou 4 de seis de suas distribuidoras, caíram mais de 9% após a declaração do presidenciável.

Nova CPMF

O que foi dito: O economista Paulo Guedes, conselheiro econômico da sua campanha, teria sugerido uma "nova CPMF" durante encontro com um grupo de investidores, segundo informação noticiada pelo jornal "Folha de S. Paulo" em 19 de setembro.

O que mudou: No mesmo dia, Bolsonaro negou que pretenda, se eleito, recriar o imposto. O candidato do PSL disse que o economista Paulo Guedes justificou ter cometido um "ato falho" ao falar na recriação da CPMF, imposto que incide sobre movimentação financeira. “Ignorem essas notícias mal intencionadas dizendo que pretendemos recriar a CPMF. Não procede", disse o presidenciável.

Reforma da Previdência

O que foi dito: O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), apontado como futuro ministro da Casa Civil em um eventual governo Bolsonaro, disse ao blog de Andréia Sadi que a campanha tem de duas a três propostas de reforma da Previdência em discussão. E que a proposta do governo Temer foi "enterrada" no dia em que Henrique Meirelles e Eliseu Padilha disseram a parlamentares que a proposta em questão era para cinco anos. Em entrevista, Bolsonaro afirmou que a proposta para a reforma da Previdência do Temer, como está, dificilmente vai ser aprovada.

O que mudou: As divergências públicas na campanha de Jair Bolsonaro (PSL) sobre o melhor modelo de reforma da Previdência levaram o economista da campanha, Paulo Guedes, a atuar nos bastidores para afastar dúvidas do mercado sobre o apoio do eventual governo à proposta. Segundo o blog, Guedes repete nos bastidores que vai continuar como começou a sua relação com Bolsonaro: insistindo na "urgência" da reforma. Se possível, ainda em 2018, após a votação do segundo turno.

FERNANDO HADDAD (PT)

Foto reprodução

Reformas por emenda constitucional

O que foi dito: O programa original do partido do candidato do PT à presidência, Fernando Haddad, previa inicialmente a formação de uma constituinte, que modifica a Constituição Federal, para aprovar suas reformas, incluindo as voltadas à economia.

O que mudou: Haddad, declarou em entrevista ao Jornal Nacional ter desistido de propor uma constituinte se eleito, conforme previa inicialmente. Ele afirmou que pretende fazer reformas, como a bancária e a tributária, por meio de propostas de emenda constitucional enviadas ao Congresso.

Mandato do Banco Central

O que foi dito: O programa original de governo do PT enviado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) previa que o Banco Central assumisse, além de seu mandato de controle de inflação, também um compromisso de orientar a política monetária para uma meta de desemprego. Também previa a construção de um novo indicador para a meta de inflação.

O que mudou: O terceiro programa do partido, apresentado na última semana, aponta que o BC deverá manter sua autonomia e o mandato de controlar a inflação, permanecendo ‘atento’ a temas como a estabilidade financeira e o nível de emprego.

Salário mínimo

O que foi dito: Também no programa original do PT, estava prevista a manutenção da política de valorização do salário mínimo (definida pela variação da inflação do ano anterior mais a variação do PIB de dois anos antes).

O que mudou: A proposta atual muda essa política: o reajuste do salário mínimo passa a ser definido pela inflação do ano anterior mais a variação do PIB de dois anos antes, desde que seja positiva, de forma que não seja possível haver perda real de valor.